Na ocasião, o ministro se retirou da sessão logo após Regina Helena começar a leitura do voto em um dos casos julgados. A atitude de Faria gerou manifestações de apoio à ministra por parte de outros ministros, entidades e grupos femininos. Regina Helena aproveitou o momento para fazer um apelo à melhoraria nas relações entre homens e mulheres dentro do Judiciário.
“Eu espero que uma situação dessa não se repita aqui no tribunal. Espero também que a gente possa extrair um aprendizado para que haja uma melhoria nas relações entre homens e mulheres nos espaços de trabalho, especialmente aqui no Poder Judiciário, que é um ambiente tão masculino”, ressaltou a ministra.
Durante a sessão do dia 17, Regina Helena foi interrompida por Gurgel de Faria logo no início da leitura de seu voto. O ministro questionou se ela iria prosseguir com a leitura mesmo após o pedido de vista feito pelo presidente da turma. Após uma breve discussão, Faria decidiu se retirar da sessão.
Após a repercussão do episódio na imprensa, o ministro divulgou uma nota onde pediu desculpas à ministra pelo ocorrido. “O ministro Gurgel de Faria renova o seu pedido de sincera escusa pela forma equivocada com que se dirigiu à ministra Regina Helena e por ter se ausentado da sessão, tendo retornado à reunião do colegiado em poucos minutos”, afirmou.
O incidente ressalta a importância do debate sobre as relações de gênero e a necessidade de promover um ambiente de trabalho mais igualitário e respeitoso no Judiciário. A atitude da ministra em abordar publicamente o tema reflete a importância de avançar na igualdade de oportunidades e no respeito mútuo entre homens e mulheres no ambiente profissional.