O MP-SP defendeu a interrupção das obras devido aos possíveis danos ambientais e urbanísticos causados e também por considerar a situação um ato de improbidade administrativa. Entre as críticas levantadas pelos moradores da região, destacou-se a preocupação com a destruição do corredor verde existente no local. A prefeitura confirmou em notícia anterior que 172 árvores seriam derrubadas, o que gerou ainda mais revolta na população.
O fato de vídeos circularem nas redes sociais mostrando árvores sendo cortadas sem o devido cuidado, inclusive com ninhos de aves sendo destruídos, causou indignação na comunidade. A construtora mencionou que novas árvores seriam plantadas para compensar a derrubada, porém os moradores rebateram essa alegação, destacando que as árvores antigas possuíam décadas de existência e não poderiam ser simplesmente substituídas.
Protestos organizados pelo coletivo Salvem a Sena Madureira e outros ativistas denunciaram também a possibilidade de mais de 200 famílias de baixa renda serem expulsas do local, provenientes das comunidades de Souza Ramos e Luiz Alves. Essas comunidades residem na região desde 1945, sendo classificadas como Zona Especial de Interesse Social pela própria gestão municipal.
A construtora Álya destacou em seu site os benefícios dos túneis para facilitar a mobilidade entre diferentes regiões, alegando que a obra traria melhorias no trânsito, qualidade de vida e redução da emissão de poluentes. Entretanto, moradores contrários à obra apontaram para a especulação imobiliária envolvida, uma vez que os bairros atendidos pelos túneis são de classe média e alta e possuem alto potencial econômico.
É importante ressaltar que a cidade de São Paulo tem passado por uma intensa verticalização, com a construção de inúmeros prédios, o que sugere um cenário de especulação imobiliária em determinadas regiões. A construtora Álya foi procurada pela Agência Brasil para comentar sobre a liminar, mas até o momento não houve retorno. A paralisação das obras dos túneis na Rua Sena Madureira representa uma importante vitória para a população e a defesa do meio ambiente na capital paulista.