Ex-presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, é libertado após prisão por suspeita de desvio de R$ 36 milhões
A Justiça Eleitoral do Distrito Federal concedeu liberdade provisória a Eurípedes Júnior, ex-presidente do Solidariedade, que havia sido detido no contexto da Operação Fundo do Poço. A operação, conduzida pela Polícia Federal (PF), visa investigar desvios dos fundos partidário e eleitoral dentro do antigo Partido Republicano da Ordem Social (Pros).
Eurípedes Júnior foi implicado no desvio de aproximadamente R$ 36 milhões do Pros, e as investigações foram inicialmente motivadas por denúncias de Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ex-presidente da legenda, que havia disputado a liderança do partido. No ano passado, o Pros foi integrado ao Solidariedade.
Em sua decisão, o juiz Lizandro Garcia Gomes Filho, da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, determinou que Eurípedes Júnior deve cumprir medidas alternativas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de qualquer comunicação com os demais investigados no caso.
O Ministério Público Eleitoral (MPR) havia acusado Eurípedes de liderar uma organização criminosa que incluiria sua esposa, suas duas filhas, um irmão, uma cunhada, um primo e a esposa do primo. Este esquema teria se utilizado de uma fundação partidária e envolvia lavagem de dinheiro através de transações imobiliárias e consultorias jurídicas superfaturadas.
Inicialmente preso em 15 de junho, após permanecer três dias como foragido, Eurípedes Júnior solicitou licença indeterminada da presidência do Solidariedade. Em nota, o partido reafirmou que os fatos que estão sendo investigados precedem a incorporação do Pros ao Solidariedade.
A defesa de Eurípedes, representada pelos advogados Fábio Tofic e José Eduardo Cardozo, expressou confiança na decisão judicial. Em comunicado oficial, afirmaram que "praticamente todas as acusações feitas pelo MP foram rebatidas na defesa recentemente apresentada, de modo que a soltura era a única medida aguardada".
A Operação Fundo do Poço continua a desenvolver suas investigações, na tentativa de detalhar o alcance dos desvios e a participação de cada um dos envolvidos. Enquanto isso, o caso de Eurípedes Júnior permanece sob os holofotes, espelhando a complexidade e a profundidade dos desafios enfrentados pela justiça eleitoral no combate à corrupção e à má gestão dos recursos públicos e partidários.
Esta decisão judicial marca um capítulo significativo na busca pela verdade e pela responsabilização no âmbito dos fundos eleitorais e partidários no Brasil. As autoridades continuarão monitorando de perto o cumprimento das medidas impostas a Eurípedes, enquanto a investigação segue seu curso, prometendo novos desdobramentos no futuro próximo.