Dentre os 14 que se mantiveram calados durante seus depoimentos na PF, 12 eram militares, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupavam cargos de assessoramento ou no governo federal. Havia também dois civis nesse grupo, um advogado e um padre, que seguiram a mesma linha de conduta.
Destacam-se no âmbito hierárquico do núcleo golpista o ex-presidente Jair Bolsonaro e Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições de 2022. Braga Netto ocupou importantes posições no governo, incluindo o cargo de ministro-chefe da Casa Civil e de ministro da Defesa. Além disso, personagens como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira também se recusaram a prestar informações à PF, mantendo o silêncio no decorrer das investigações.
Os depoimentos revelaram um pacto de silêncio mantido por importantes figuras militares, como o general Augusto Heleno e o general Mário Fernandes, bem como pelo tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araujo Junior. Essas personalidades, intimamente ligadas ao ex-presidente, foram centrais nas ações que envolveram o suposto golpe militar.
Ademais, também foram alvo das investigações figuras civis como o advogado Amauri Feres Saad e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que, segundo os relatórios, integravam o chamado “núcleo jurídico” do esquema golpista. Ambos optaram por permanecer em silêncio durante seus depoimentos diante da PF, invocando a Constituição Federal como justificativa.
O desenrolar desses depoimentos revelou a complexidade e a gravidade das acusações de tentativa de golpe de Estado e subversão das eleições presidenciais de 2022, destacando a participação de diversas figuras proeminentes da política e das Forças Armadas brasileiras. A recusa em prestar informações por parte desses indivíduos apenas aumenta a tensão em torno desse delicado cenário político que o Brasil enfrenta.