Os investigadores afirmam que as análises de telefones celulares apreendidos possibilitaram a identificação de novos investigados relacionados aos fatos apurados. Portela, apesar de não estar entre os 37 indiciados pela PF, é apontado como uma peça-chave na ligação entre o governo Bolsonaro e os financiadores das manifestações no Mato Grosso do Sul.
A relação próxima entre Portela e Bolsonaro remonta à década de 1970, quando ambos serviram juntos. O relatório da PF destaca que Portela, indicado pelo ex-presidente para ser suplente da senadora Tereza Cristina, esteve em diversas ocasiões no Palácio do Alvorada, em Brasília, durante um suposto plano de assassinato de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Mensagens cifradas entre Portela e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, reforçam a possível colaboração entre os dois. As conversas indicam um plano em ação desde o fim das eleições presidenciais de 2022, com referências a um suposto “churrasco” como codinome para a consumação do golpe de Estado.
Após a invasão e depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF, o relatório aponta que Portela demonstrou preocupação com a rápida reação das instituições democráticas. Em mensagens subsequentes, ele relata desespero diante da pressão recebida e da impossibilidade de pagamento dos valores acordados.
A Agência Brasil tentou contato com Tenente Portela para obter um posicionamento sobre as acusações, porém, até o momento, não obteve resposta. O caso segue sob análise do STF e da PGR, que poderão oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do inquérito com base nas evidências apresentadas pela PF.