JUSTIÇA – General Mário Fernandes defende acampamento golpista e se diz vítima de equívoco em depoimento no STF sobre trama para manter Bolsonaro no poder.

No mais recente desdobramento do processo que investiga a tentativa de golpe em Brasília, o general do Exército Mário Fernandes, um dos réus envolvidos, relatou que visitou um acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022. Embora tenha afirmado que sua visita foi como “cidadão”, esse acampamento se tornou um ponto focal na investigação que envolve planejamentos para a tentativa de permanência ilegítima de Bolsonaro no poder.

O general, que está preso desde novembro do ano passado, participou de uma audiência por videoconferência no Supremo Tribunal Federal (STF). Acusado de ser um elo entre os manifestantes acampados e o governo de Bolsonaro, Fernandes ressaltou sua condição de cidadão ao se dirigir ao Quartel-General do Exército. Durante seu depoimento, ele defendeu os manifestantes, alegando que nem todos eram golpistas e que muitos deles estavam lá para expressar suas preocupações sobre o país, enfatizando que a presença deles era um “festejo de patriotas”.

Entretanto, Fernandes está ligado a um caso mais complicado. Ele ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e, de acordo com as investigações, foi o responsável pela elaboração de um documento alarmante, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”. Este arquivo, que delineava planos para ações contra figuras do governo atual, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, foi impresso em uma impressora do Palácio do Planalto a pedido do general.

Durante o interrogatório, Fernandes insistiu que o documento era de natureza pessoal e que sua intenção era apresentá-lo ao Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo general Augusto Heleno, também réu no processo. Ele negou que o arquivo tivesse como objetivo ser apresentado a Bolsonaro e argumentou que visava apenas assessorar Heleno em situação de crise, sem relação com os eventos que a Procuradoria-Geral da República (PGR) considera como tentativa de golpe.

A fase de interrogatório dos réus está se aproximando de suas conclusões, com o julgamento previsto para o segundo semestre deste ano. As denúncias foram organizadas em quatro núcleos, sendo que o primeiro, que inclui o ex-presidente Bolsonaro e outros sete réus, já está em fase de alegações finais, aguardando julgamento em setembro. Assim, a expectativa em torno do processo envolve não apenas a condenação ou absolvição dos réus, mas também o futuro político do país e suas instituições democráticas.

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