JUSTIÇA – General Braga Netto chama tenente-coronel Mauro Cid de ‘mentiroso’ em acareação sobre tentativa de golpe, tensão aumenta no processo contra ex-presidente Bolsonaro.



Em um clima tenso e repleto de repercussões, a acareação entre o general Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, ambos envolvidos em uma ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, expôs profundas divisões entre os réus. Durante a audiência realizada na manhã de terça-feira (24), Braga Netto não hesitou em chamar Cid de “mentiroso” em duas ocasiões, enquanto Cid, por sua vez, optou por manter-se em silêncio, com a cabeça baixa, diante das acusações.

A acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Os advogados de Defesa pediram este procedimento, permitindo que contradições entre os depoimentos de Cid e Braga Netto fossem confrontadas diretamente. Braga, que já ocupou o cargo de ministro da Defesa e também atuou na Casa Civil durante a gestão de Bolsonaro, tem contestado os relatos de Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente e é um dos principais delatores na investigação.

Dentre as alegações do tenente-coronel, destaca-se um depoimento onde ele afirma que Braga Netto teria lhe entregado R$ 100 mil para financiar operações que visavam desestabilizar o governo. Cid também mencionou uma suposta reunião em que terão discutido um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, com propostas de monitoramento e assassinato de autoridades. O general nega veementemente essas acusações, alegando que o encontro em sua residência foi casual e que não foram discutidos planos de ruptura institucional.

A acareação foi realizada em um ambiente fechado, com apenas os envolvidos, seus advogados e o procurador-geral da República presentes. A decisão do ministro Moraes de não gravar a audiência foi criticada pela defesa de Braga Netto, que afirmou que essa medida viola direitos fundamentais, dificultando a transparência do processo. O advogado do general expressou que seria desejável que a imprensa pudesse ter acesso à gravação para que a veracidade das alegações pudesse ser amplamente verificada.

Após a acareação entre Braga Netto e Cid, uma segunda sessão teve início, envolvendo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes, a fim de esclarecer pontos cruciais que ainda restam obscuros no processo.

Estes eventos se desenrolam em um cenário de crescente tensão política e judicial, em que os desdobramentos podem ter impactos significativos na esfera pública e na confiança em instituições democráticas. O desfecho desse complexo caso ainda está por vir e será observado com vigilância tanto pela opinião pública quanto pela imprensa.

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