A acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Os advogados de Defesa pediram este procedimento, permitindo que contradições entre os depoimentos de Cid e Braga Netto fossem confrontadas diretamente. Braga, que já ocupou o cargo de ministro da Defesa e também atuou na Casa Civil durante a gestão de Bolsonaro, tem contestado os relatos de Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente e é um dos principais delatores na investigação.
Dentre as alegações do tenente-coronel, destaca-se um depoimento onde ele afirma que Braga Netto teria lhe entregado R$ 100 mil para financiar operações que visavam desestabilizar o governo. Cid também mencionou uma suposta reunião em que terão discutido um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, com propostas de monitoramento e assassinato de autoridades. O general nega veementemente essas acusações, alegando que o encontro em sua residência foi casual e que não foram discutidos planos de ruptura institucional.
A acareação foi realizada em um ambiente fechado, com apenas os envolvidos, seus advogados e o procurador-geral da República presentes. A decisão do ministro Moraes de não gravar a audiência foi criticada pela defesa de Braga Netto, que afirmou que essa medida viola direitos fundamentais, dificultando a transparência do processo. O advogado do general expressou que seria desejável que a imprensa pudesse ter acesso à gravação para que a veracidade das alegações pudesse ser amplamente verificada.
Após a acareação entre Braga Netto e Cid, uma segunda sessão teve início, envolvendo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes, a fim de esclarecer pontos cruciais que ainda restam obscuros no processo.
Estes eventos se desenrolam em um cenário de crescente tensão política e judicial, em que os desdobramentos podem ter impactos significativos na esfera pública e na confiança em instituições democráticas. O desfecho desse complexo caso ainda está por vir e será observado com vigilância tanto pela opinião pública quanto pela imprensa.