O incidente chocou não apenas a família de Kauan, mas também a sociedade, dado o contexto em que aconteceu. O soldado Felipe de Carvalho Sales, também de 19 anos, envolveu-se em uma discussão relacionada à troca de turno, culminando em um ato que tirou a vida de Kauan de forma abrupta e violenta. O doloroso desfecho deixou Wilson Ferreira Duarte, pai de Kauan, enfrentando a perda incomparável de seu filho, com o adicional peso de questões financeiras a serem resolvidas em decorrência da tragédia.
Após a decisão do tribunal, Wilson Ferreira Duarte obteve o direito a uma pensão militar correspondente ao posto de terceiro-sargento, incluindo valores retroativos desde o momento do falecimento do jovem. O pai alegou sua dependência econômica em relação a Kauan, que frequentemente o apoiava financeiramente. Embora a União tenha argumentado que Wilson possuía uma renda, a Justiça reconheceu que não se tratava de uma remuneração fixa, confirmando o direito do pai ao auxílio.
O corpo de Kauan foi encontrado no piso térreo do anexo do Ministério da Defesa, e a morte levou a uma série de reações emocionais e apoio da comunidade. O velório do jovem foi marcante, com a presença de uma multidão, incluindo muitos de seus colegas de farda, o que demonstra o impacto que ele teve na vida das pessoas ao seu redor. O autor do disparo, Felipe de Carvalho Sales, foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo Conselho Militar da 11ª Circunscrição de Justiça Militar, encerrando, assim, um capítulo trágico que pôs em evidência a vulnerabilidade e a fragilidade da vida em contextos de violência.
Essa decisão da Justiça não apenas proporciona um alívio financeiro a Wilson, mas também traz à tona a necessidade de discutir questões de segurança e bem-estar no ambiente militar, onde a vida de jovens como Kauan pode ser abruptamente interrompida por situações imprevistas e violentas.