Essa entrega simbólica de óculos teve origem no segundo Mutirão PopRuaJud, realizado em 6 de maio, onde, após uma série de atendimentos, foram identificadas as necessidades visuais dos participantes. O juiz federal Antônio José de Carvalho Araújo, coordenador do Comitê, enfatizou que a ação representa um esforço contínuo e não apenas um momento isolado. Ele destacou a parceria interinstitucional que permite a promoção de direitos humanos básicos, como o direito à visão. “Conceder um óculos é oferecer dignidade”, comentou o magistrado, ressaltando a importância do acesso contínuo a serviços públicos.
Maria Auxiliadora Frazão, médica oftalmologista e representando o CBO, também elogiou a iniciativa. Durante a entrega, ela expressou a esperança de que os novos óculos permitam aos beneficiários não apenas melhorar sua visão, mas também ampliar suas perspectivas de vida. “Que esta ação faça com que vocês enxerguem um horizonte mais amplo”, disse Frazão, reconhecendo ainda a contribuição da marca Excilor para o fornecimento dos óculos.
Rafaelly Machado, coordenadora do Movimento Nacional da Pessoa em Situação de Rua, destacou a importância da empatia por trás dessa ação coletiva. Ela compartilhou sua experiência de quando estava nas ruas e como a falta de iniciativas desse tipo fazia falta. “Esta é uma parte de um movimento maior em busca de melhorias para a população em situação de rua”, sublinhou.
Entre os beneficiários, José Cícero da Silva Vieira, que viveu por 20 anos nas ruas, compartilhou sua história. Ele relatou como a oportunidade de realizar exames durante o mutirão o levou a descobrir problemas significativos de visão, os quais ele não sabia que possuía. “Com os óculos, tenho a chance de cuidar da minha saúde ocular, algo que na rua ninguém se preocupa”, afirmou.
A cerimônia de entrega, que simbolizou a empatia e solidariedade da sociedade, contou também com a presença de outras autoridades, incluindo a juíza federal Aline Soares Carnaúba e a presidente da Sociedade Alagoana de Oftalmologia, Thereza Ferro. O frei José Maria, secretário da Casa de Ranquines, lembrou a importância de sentir a dor do outro, unindo todos em torno de um objetivo maior: promover dignidade e esperança para aqueles que mais precisam.
