JUSTIÇA! Famílias de Maceió Conseguem Liminar Para Evitar Despejo Incorreto Após Ordem de Reintegração de Posse Questionada na Justiça



Quatro famílias residentes no Conjunto Vale da Serraria, em Maceió, se viram subitamente no meio de uma situação angustiante quando foram informadas, por meio de um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça, que deveriam desocupar suas residências. O mandado veio como resultado de uma ação judicial movida pela Construtora Consenco contra Wellington Correia Quirino e rapidamente gerou uma onda de apreensão entre os moradores. Estes, por sua vez, reivindicam que compraram seus imóveis legalmente e os ocupam há mais de 15 anos, destacando o impacto desproporcional que a ordem de despejo poderia causar em pessoas de boa fé.

O desenrolar do caso é ainda mais complicado pelo fato de que o processo teria tramitado sem que os acusados fossem devidamente notificados, sendo levados à revelia — situação em que uma das partes não contesta a ação movida contra ela. A defesa das famílias levanta pontos cruciais, afirmando que a reintegração de posse foi direcionada a indivíduos que não estavam envolvidos no processo e a um terreno inexistente. Além disso, as famílias ressaltam que a construtora tinha conhecimento da existência dos moradores e agiu de forma intencional ao omitir essa informação, configurando um dolo.

Os moradores garantem que adquiriram suas casas por meio de transações legítimas e dispõem de documentação completa, incluindo a regularização de posse garantida por uma usucapião extraordinária que já transitou em julgado há mais de dois anos. Frente a essa situação adversa, as famílias buscaram apoio jurídico, conquistando uma liminar que suspendeu temporariamente a execução do mandado de reintegração. A advogada que representa as famílias, Roberta Calheiros, entrou com uma ação pedindo a nulidade de todo o processo original, argumentando que cada ato processual realizado foi inválido.

Roberta Calheiros expressou sua indignação frente à situação, especialmente pela forma como afetaria famílias inteiras, incluindo grupos vulneráveis como idosos, crianças e uma mulher grávida. Ela destacou a necessidade de um sistema judiciário mais atento às circunstâncias humanas e agradeceu ao desembargador Fábio Ferrario, cuja intervenção rápida e sensível foi crucial para interromper o avanço do que descreveu como uma “tragédia humana”. Segundo Calheiros, a Justiça precisa adaptar-se ao século XXI, promovendo decisões que contemplem a humanização e combate a qualquer forma de ilegalidade, salvaguardando o bem-estar dos cidadãos em situações de extrema vulnerabilidade.

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