O vice-presidente e interventor da confederação, Fernando Sarney, havia anunciado anteriormente que as eleições para o novo chefe da entidade ocorreriam no dia 25 deste mês. No entanto, a situação de Ednaldo Rodrigues se complicou após ser afastado do cargo por ordem do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Gabriel de Oliveira Zefiro. O magistrado fundamentou sua decisão na denúncia de falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, ex-vice-presidente da CBF, em um acordo previamente homologado pelo STF, que visava acabar com a disputa judicial sobre a liderança da confederação.
A defesa de Ednaldo Rodrigues argumenta que a realização das eleições em 25 de outubro seria precipitada, uma vez que o STF agendou para o dia 28 do mesmo mês o julgamento da legalidade de acordos firmados entre o Ministério Público e várias entidades esportivas. Os advogados de Rodrigues ressaltaram que a realização da eleição apenas três dias antes desse julgamento poderia resultar em graves consequências institucionais e em situações de nulidade, desrespeitando a autoridade do Supremo.
O pedido de suspensão das eleições foi dirigido ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso que envolve o retorno de Ednaldo Rodrigues ao cargo. Até o momento, não há uma data definida para que o ministro tome uma decisão sobre a solicitação.
Esse enredo se agrava considerando que, em fevereiro deste ano, Gilmar Mendes havia homologado um acordo que visava encerrar uma disputa judicial referente à eleição de Ednaldo. Contudo, a situação se tornar mais complexa com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em dezembro de 2023, que acatou um pedido de ex-vice-presidentes da CBF, considerando o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2022 como ilegal. Em tese, o TAC foi assinado para regularizar eleições que, segundo o MP, teriam ocorrido de maneira irregular em 2017, culminando na vitória de Ednaldo na nova eleição estimulada pelo acordo. A saga da CBF continua a se desdobrar, refletindo um contexto mais amplo de instabilidade e disputas dentro da administração do futebol brasileiro.