A condenação se deu por conta das qualificadoras do homicídio, que foram motivo torpe – uma discussão política – e produção de perigo comum, o que coloca um número indeterminado de pessoas em risco. Apesar da sentença já ter sido emitida, a defesa de Guaranho confirmou que irá recorrer da decisão, alegando que a pena imposta foi muito alta.
A leitura da sentença foi realizada cerca de 14h pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, que presidia o júri composto por quatro mulheres e três homens. A juíza destacou a intolerância política e a repercussão social do crime, que ocorreu em meio a um ambiente de polarização durante a campanha eleitoral.
O homicídio de Arruda ocorreu em 9 de julho de 2022, quando a vítima celebrava seu aniversário com uma temática ligada ao PT e ao presidente Lula. Guaranho disparou tiros surpresa contra Arruda durante a celebração. O Ministério Público do Paraná sempre defendeu que o crime teve motivação política, enquanto a defesa de Guaranho argumentou que ele não tinha animosidade em relação ao PT.
Durante o depoimento realizado no dia anterior à leitura da sentença, Guaranho afirmou agir em legítima defesa, alegando que teria sido atacado por Arruda antes de disparar. O ex-policial penal chegou a festa de Arruda para provocá-lo, mas negou ter a intenção de matar. O depoimento não pôde ser gravado ou fotografado e Guaranho se recusou a responder perguntas da acusação.
Após o crime, uma lei foi promulgada no Paraná instituindo o 9 de julho como o Dia Estadual contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática. Mesmo tendo a possibilidade de recorrer, a prisão imediata de Guaranho foi determinada pela Justiça, sendo encaminhado a uma unidade prisional paranaense, após cumprir prisão domiciliar desde setembro do ano anterior.