A minuta em questão foi descoberta impressa na residência de Torres durante uma operação de busca e apreensão. O advogado enfatizou que essa minuta não circulou entre os envolvidos e nunca foi um tema de discussão de fato. Para Novacki, trata-se de um documento apócrifo, desprovido de qualquer relevância para sustentar as acusações que pesam sobre o ex-ministro.
As atenções se voltaram, ainda, para os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando Torres estava fora do país a turismo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que ele se afastou de sua função no momento dos ataques às instituições. No entanto, a defesa argumentou que a viagem foi planejada com antecedência e que as passagens foram compradas antes dos acontecimentos tumultuados. Novacki ressaltou que a ausência de Torres não deve ser vista como conivência.
Além disso, o advogado negou que o ex-ministro tenha em algum momento ordenado operações da Polícia Rodoviária Federal para dificultar a votação de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste, durante o segundo turno das eleições de 2022, frisando que não há nenhuma ação direta que possa incriminá-lo.
O julgamento, que envolve figuras de destaque como o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros ex-ministros, terá várias sessões programadas, durante as quais tanto a defesa quanto a acusação terão oportunidade de apresentar suas alegações. O procurador-geral da República já apontou a necessidade de condenação dos envolvidos, e as discussões devem prosseguir até que a votação final aconteça, prevista para ocorrer nos próximos dias, com penalidades que podem ultrapassar três décadas.