A Justiça de São Paulo decidiu liberar o advogado A. H. S., conhecido como M., preso na Operação Decurio. A decisão foi tomada após um pedido da defesa, resultando na substituição da prisão temporária por domiciliar. Durante o período em que permanecerá nesta condição, o advogado deverá cumprir uma série de exigências impostas pela Justiça. Entre elas, está a obrigatoriedade de se apresentar sempre que for intimado, não poder viajar sem autorização judicial e a necessidade de comunicar qualquer mudança de endereço.
O Ministério Público de São Paulo solicitou que A. H. S. fosse obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica durante o cumprimento da prisão domiciliar. No entanto, esse pedido foi negado pela Justiça. A ação judicial corre sob sigilo na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, o que limita a divulgação de informações detalhadas sobre o caso.
Saleh é um dos acionistas da empresa de transporte público UPBus, que, segundo o Ministério Público, estava sendo utilizada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como um meio para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A empresa, que possui contrato com a Prefeitura de São Paulo para operar linhas de transporte de passageiros na zona leste, está atualmente sob intervenção judicial. Consequentemente, os diretores foram afastados de suas funções até que a investigação seja concluída.
Além de seu envolvimento com a UPBus, A. H. S. já estava sendo investigado na Operação Fim da Linha. Nesta ocasião, ele foi acusado de utilizar suas prerrogativas profissionais com o objetivo de proteger a organização criminosa, além de ser suspeito de tomar parte no esquema de lavagem de dinheiro do PCC. A reportagem busca contato com a defesa do advogado, mas até o momento não obteve sucesso.
Durante a Operação Decurio, a polícia apreendeu vários itens na posse de Saleh, incluindo um cheque de R$ 55 milhões, sete veículos de luxo, três armas de fogo, munições, celulares, eletrônicos e valores em dinheiro, totalizando aproximadamente R$ 25 mil e US$ 4,6 mil.
A defesa do advogado ainda não se manifestou sobre o caso, mas o espaço permanece aberto para qualquer esclarecimento.
É pertinente lembrar que situações envolvendo figuras de destaque acusadas de participar em esquemas criminosos sempre atraem a atenção pública e da mídia. Casos como este ressaltam a complexidade das investigações sobre o crime organizado e os desafios enfrentados pelas autoridades para responsabilizar os envolvidos.









