Até o momento, dois brasileiros foram presos na província de Buenos Aires. Um deles é Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, condenado no Brasil a mais de 14 anos de prisão por crimes como abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público tombado. Rodrigo, que estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, foi considerado foragido após o dispositivo perder sinal em abril de 2024.
O segundo detido é Joelton Gusmão de Oliveira, 47, condenado a 17 anos de prisão por crimes semelhantes, incluindo associação criminosa armada. Joelton, natural de Vitória da Conquista (BA), havia sido liberado para cumprir medidas cautelares em novembro de 2023, mas fugiu antes de sua condenação.
Os brasileiros foragidos buscaram refúgio na Argentina como forma de evitar a extradição, porém, uma mudança na legislação argentina em outubro de 2024 estabeleceu que o refúgio não pode ser concedido a pessoas condenadas por crimes graves, como atos terroristas ou violações de direitos humanos. Isso permitiu que o governo argentino cooperasse com o Brasil na extradição dos condenados.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou o pedido de extradição dos brasileiros em outubro. A aliança política entre o presidente da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente Jair Bolsonaro também gerou questionamentos sobre possíveis interferências, porém o governo de Milei afirmou que respeitaria as decisões do Judiciário brasileiro.
Os mandados de prisão autorizam a detenção dos foragidos por qualquer autoridade policial argentina. Mais de 180 brasileiros solicitaram refúgio na Argentina desde janeiro de 2024, sendo a maioria condenada por crimes relacionados aos eventos de 8 de janeiro. A Comissão Nacional para Refugiados da Argentina está acompanhando o caso de perto.