JUSTIÇA – Conselho Nacional de Justiça condena juiz Marcelo Bretas à aposentadoria compulsória por má conduta em investigações da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Na última terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tomou uma decisão significativa ao condenar o juiz federal Marcelo Bretas à pena de aposentadoria compulsória. Bretas, que ficou amplamente conhecido por sua atuação nas investigações da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, agora vê sua carreira judicial encerrada de forma abrupta.

A medida foi resultado de processos administrativos que questionavam a conduta do magistrado à frente dos procedimentos relacionados à Lava Jato. Desde fevereiro de 2023, Bretas estava afastado de suas funções, permitindo que as investigações de sua atuação seguissem seu curso. Durante esses processos, surgiram chamativas acusações que incluíam a participação indevida do juiz em acordos de delação premiada, uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público. Além disso, Bretas foi acusado de vazar informações sigilosas e de atuar em benefício do ex-governador Wilson Witzel durante as eleições de 2018.

Outro ponto controverso no julgamento girou em torno do envolvimento de Bretas na campanha do atual prefeito do Rio, Eduardo Paes. O juiz teria antecipado o depoimento de um ex-secretário municipal que trouxe à tona alegações sobre um esquema de corrupção envolvendo Paes, além de ter feito perguntas que sugeriam um pré-julgamento. Essas ações, segundo a análise do CNJ, configuram uma violação grave dos princípios que regem a imparcialidade e a integridade da função judicial.

Durante a sessão de julgamento, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, enfatizou que a decisão não deve ser interpretada como um desestímulo aos juízes que combatem a corrupção. Para Barroso, a conduta de Bretas indicava um “esquema extrajudicial” voltado a obter determinados resultados que prejudicavam indivíduos e figuras políticas.

A defesa do magistrado, representada pela advogada Ana Luiza Vogado de Oliveira, contestou a severidade da pena imposta e pleiteou a absolvição de Bretas. Ela argumentou que a aplicação de uma pena tão rigorosa como a aposentadoria compulsória contradiz as evidências apresentadas ao longo do processo, gerando uma onda de controvérsia sobre a adequação da punição no contexto das alegações levantadas.

Com essa decisão, o CNJ marca um momento importante na busca pela responsabilização de juízes e a preservação da integridade do sistema judicial brasileiro.

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