JUSTIÇA – Bolsonaro sabia do plano de golpe militar revelam documentos da Polícia Federal em relatório entregue ao STF.



O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, foi surpreendido com a informação de que oficiais do Exército planejavam tornar pública uma carta endereçada ao então comandante da Força, general Marco Antônio Freire Gomes, como forma de pressionar o militar a aderir a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a Polícia Federal (PF), um grupo de militares insatisfeitos com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin, decidiu redigir e divulgar o documento, intitulado “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, como parte de uma estratégia para provocar uma ruptura institucional e manter Bolsonaro no poder.

As investigações da PF apontaram que o presidente Bolsonaro tinha conhecimento e anuência sobre a confecção e disseminação da carta com teor golpista. Os tenentes-coronéis Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, foram identificados como os responsáveis por conceber e aprimorar o documento durante a última semana de novembro de 2022. Mensagens trocadas entre Cavaliere e Cid por meio de um aplicativo revelaram que Bolsonaro estava ciente do conteúdo da carta.

A PF entregou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) indiciando 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, no caso do golpe de Estado. Além disso, o Exército realizou uma sindicância interna que resultou no indiciamento de três militares apontados como os principais autores da carta: o coronel Anderson Lima de Moura, da ativa, e os coronéis Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo, ambos da reserva. A Defesa dos citados está sendo contatada pela Agência Brasil para incluir seus posicionamentos no texto.

Na coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (25), Bolsonaro negou ter discutido golpe com alguém e enfatizou que todas as medidas tomadas durante seu governo foram dentro dos limites da Constituição. A situação continua evoluindo, e mais detalhes devem surgir à medida que as investigações avançam. Este incidente levanta questões importantes sobre a integridade das instituições democráticas e a relação entre as Forças Armadas e o poder civil no Brasil.

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