Bolsonaro, que se encontra na condição de réu, foi questionado sobre as acusações de planejamento de ações inconstitucionais. Ele enfatizou que em nenhum momento discutiu o uso da força ou outros mecanismos antidemocráticos. “Da minha parte, nunca se falou em golpe. Golpe é abominável. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas”, declarou com firmeza.
De acordo com os registros e os depoimentos que alimentam o caso, o ex-presidente enfrenta acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e a intenção de abolir o Estado Democrático de Direito. Este é um marco histórico, pois se torna a primeira vez que um ex-presidente eleito é julgado por crimes que ferem a Constituição brasileira de 1988. As implicações legais são severas: se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas acumuladas que ultrapassam os 30 anos de prisão, devido a uma série de crimes que incluem organização criminosa armada e dano qualificado.
Além disso, Bolsonaro também negou ter se envolvido na elaboração de uma minuta que supostamente justificaria uma intervenção militar após as eleições. Seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, foi interrogado anteriormente e alegou que Bolsonaro teria estado presente na discussão sobre o documento, o que levantou ainda mais especulações. Contudo, o ex-presidente rebateu essas declarações, afirmando que não houve “enxugamento” do texto original e que sempre atuou em defesa da Constituição.
A sessão segue até às 20h, e outros réus e o procurador-geral da República terão a oportunidade de questionar Bolsonaro. Ele e mais sete pessoas estão sendo investigados em relação ao núcleo principal dessa trama, que visa desacreditar e desestabilizar o atual governo democraticamente eleito. Com isso, a tensão política gerada por essas alegações continua a ecoar em todo o país.