JUSTIÇA – Bolsonaro Nega Planejamento de Golpe de Estado em Depoimento e Afirma Nunca Ter Discutido Medidas Inconstitucionais Durante Seu Governo



Na tarde desta terça-feira, 10 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que nunca considerou a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil. Esta declaração veio em meio a um processo que investiga uma suposta trama golpista que teria como objetivo reverter o resultado das eleições de 2022 e, assim, impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, que se encontra na condição de réu, foi questionado sobre as acusações de planejamento de ações inconstitucionais. Ele enfatizou que em nenhum momento discutiu o uso da força ou outros mecanismos antidemocráticos. “Da minha parte, nunca se falou em golpe. Golpe é abominável. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas”, declarou com firmeza.

De acordo com os registros e os depoimentos que alimentam o caso, o ex-presidente enfrenta acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e a intenção de abolir o Estado Democrático de Direito. Este é um marco histórico, pois se torna a primeira vez que um ex-presidente eleito é julgado por crimes que ferem a Constituição brasileira de 1988. As implicações legais são severas: se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas acumuladas que ultrapassam os 30 anos de prisão, devido a uma série de crimes que incluem organização criminosa armada e dano qualificado.

Além disso, Bolsonaro também negou ter se envolvido na elaboração de uma minuta que supostamente justificaria uma intervenção militar após as eleições. Seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, foi interrogado anteriormente e alegou que Bolsonaro teria estado presente na discussão sobre o documento, o que levantou ainda mais especulações. Contudo, o ex-presidente rebateu essas declarações, afirmando que não houve “enxugamento” do texto original e que sempre atuou em defesa da Constituição.

A sessão segue até às 20h, e outros réus e o procurador-geral da República terão a oportunidade de questionar Bolsonaro. Ele e mais sete pessoas estão sendo investigados em relação ao núcleo principal dessa trama, que visa desacreditar e desestabilizar o atual governo democraticamente eleito. Com isso, a tensão política gerada por essas alegações continua a ecoar em todo o país.

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