JUSTIÇA – Bolsonaro depõe sobre alegações de trama golpista e nega conhecimento de plano para anular eleições de 2022 e prender ministros do STF.



Na última terça-feira, 10 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para depor na ação penal relacionada à alegada trama golpista que visava reverter os resultados das eleições de 2022. Ele é um dos oito réus indicados na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que traz à tona acusações sobre o planejamento de ações inconstitucionais para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

A PGR alega que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de um documento, uma minuta considerada golpista, que contemplava medidas extremas, como a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do STF e de outras autoridades. Esta narrativa ganhou apoio, segundo a acusação, através das declarações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez um acordo de delação premiada.

Em sua defesa, Bolsonaro categoricamente negou ter discutido qualquer possibilidade de um golpe de Estado, alegando que tal ideia foi nunca foi cogitada em seu governo. “Golpe é abominável. O afterday é imprevisível e danoso para todo mundo”, declarou, enfatizando que medidas golpistas não serviriam aos interesses do Brasil.

Em meio ao seu depoimento, ele refutou também a criação da minuta que, segundo evidências apresentadas, seria um passo inicial para justificar intervenções militares após a eleição de 2022. Alegações sobre um encontro com o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, no qual supostamente as tropas teriam sido colocadas à disposição para ações golpistas, foram igualmente contestadas.

Além de se defender das acusações sobre a minuta, Bolsonaro pediu desculpas ao ser questionado sobre declarações passadas em que insinuou sem provas que ministros do STF estariam envolvidos em fraudes eleitorais. “Não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta”, afirmou.

O ex-presidente também se posicionou em relação às suas falas sobre as urnas eletrônicas, afirmando que sua defesa do voto impresso nunca implicou ações ilegais. O tom do depoimento foi de firmeza, mas também de descontração, em alguns momentos, quando o ex-presidente rebateu as informações apresentadas.

Em um contexto mais amplo, o interrogatório marca uma fase significativa no andamento deste processo judicial, que envolve não apenas Bolsonaro, mas também outros altos oficiais do governo anterior. A expectativa é de que o julgamento final, que pode resultar em condenações, ocorra no segundo semestre deste ano, mantendo a atenção do país voltada para os desdobramentos desse caso que afeta a política brasileira contemporânea.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo