O caso que envolve Morales é grave e complexo. Ele é acusado de estar envolvido em um suposto estupro de uma menor de idade, que teria acontecido durante seu período na presidência, de 2006 a 2019. A promotoría boliviana formalizou a acusação em dezembro do ano passado, imputando a Morales a prática de tráfico e exploração de pessoas, com base em uma suposta relação estabelecida com a adolescente em 2016. O episódio gerou repercussões consideráveis, uma vez que a jovem deu à luz um bebê cujo registro é atribuído a Morales, levantando suspeitas sobre a natureza da relação entre eles.
O juiz Rocabado descartou os argumentos de problemas de saúde apresentados por Morales como justificativa para suas ausências, insistindo que isso não impede sua necessidade de comparecer à Justiça. Além de ser considerado “rebelde”, foi determinado que o ex-presidente teria seus bens patrimoniais registrados e que um mandado de apreensão deveria ser expedido para garantir sua captura.
A situação de Morales evidencia a complexidade do contexto político e judicial na Bolívia, onde questões de direitos humanos, relacionamentos de poder e as dinâmicas sociais estão em pé de guerra. Assim, a resposta da Justiça pode ter repercussões não apenas sobre a vida pessoal do ex-mandatário, mas também sobre o cenário político boliviano mais amplo, já que Morales continua a ser uma figura influente entre seus seguidores e dentro do partido que liderou durante seu governo. A expectativa agora se volta para os próximos desdobramentos desse caso, que promete esquentar ainda mais as relações políticas na Bolívia.