JUSTIÇA – Barroso defende regulação das redes sociais para combater discursos de ódio e desinformação, citando a cultura censória no Brasil e a importância da liberdade de expressão.

Na última terça-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma manifestação contundente a favor da regulação das redes sociais que operam em território brasileiro durante a abertura de um seminário sobre liberdade de imprensa. O ministro enfatizou a importância da liberdade de expressão nas plataformas digitais, mas alertou que é indispensável estabelecer algum nível de regulamentação diante do aumento preocupante da disseminação de discursos de ódio e da desinformação.

Barroso, em sua fala, ressaltou que discursos que incitam o ódio ferem a dignidade humana e que a propagação de mentiras intencionais prejudica a busca pela verdade e a participação consciente na esfera democrática. Para ele, essas questões são críticas, especialmente em um contexto onde a internet se tornou um espaço de debates e trocas de ideias, mas também de conflitos e polarizações.

Além disso, o ministro fez uma retrospectiva histórica ao lembrar os períodos sombrios da censura durante o regime militar no Brasil, afirmando que a cultura censória ainda persiste na sociedade contemporânea. Ele destacou que, embora a Constituição federal assegure a liberdade de pensamento e expressão, com uma garantia específica para a comunicação social, o país ainda enfrenta desafios relacionados à repressão da liberdade de imprensa.

No cenário mais amplo, em junho deste ano, o STF decidiu que as plataformas responsáveis pelas redes sociais devem ser responsabilizadas diretamente por postagens ilegais realizadas por seus usuários. Essa decisão reforça a necessidade de criar um ambiente online mais seguro e responsável, onde abusos e ilegalidades possam ser rapidamente contidos.

Recentemente, essa discussão ganhou nova relevância após a denúncia do influenciador Felca, que alertou sobre perfis utilizando crianças e adolescentes para promover a chamada “adultização infantil”, levantando preocupações sobre a saúde e a segurança das jovens pessoas nas redes. Esse debate se torna cada vez mais urgente, à medida que a sociedade busca um equilíbrio entre liberdade e proteção em um mundo digital em constante transformação.

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