Barroso, ao abordar a situação, comentou que pretende se manifestar oficialmente apenas após a conclusão do julgamento que envolve o ex-presidente e outros sete réus, ressaltando que o foco deve ser na análise rigorosa das evidências apresentadas durante o processo. Nesse sentido, ele afirmou: “Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica.”
Além disso, Barroso refutou as alegações de apoiadores de Bolsonaro de que o julgamento atual pudesse ser comparado aos tempos da ditadura militar brasileira. O ministro, que vivenciou e lutou contra aquele regime, contrapôs: “Na ditadura, não havia devido processo legal público e transparente. Hoje, tudo é feito à luz do dia.” Esse destaque trouxe à tona a importância da transparência e do acompanhamento da sociedade e da imprensa nos processos judiciais em curso.
O julgamento, que envolve Bolsonaro e seus aliados, está sob responsabilidade da Primeira Turma da Corte e foi iniciado na semana anterior com as sustentações das defesas e as manifestações do procurador-geral da República, que se posicionou a favor da condenação dos réus. A partir desta terça-feira (9), está agendada a votação que poderá resultar em penas superiores a 30 anos de prisão para os acusados.
Os réus no caso incluem, além de Jair Bolsonaro, figuras como Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, entre outros. O desdobramento desse julgamento é acompanhado com atenção por toda a sociedade, refletindo as tensões políticas e sociais vigentes no país.