Durante esta sessão, serão ouvidas as primeiras testemunhas tanto da defesa quanto da acusação, como parte do processo conduzido pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As declarações acontecerão por meio de videoconferência, uma medida adotada para evitar qualquer possibilidade de conluio entre os depoentes. Esse formato possibilita a simultaneidade dos depoimentos, aumentando a integridade das informações prestadas.
Um dos principais nomes convocados para depor é o general Marco Antônio Freire Gomes, que ocupava a posição de comandante do Exército durante o mandato de Bolsonaro. Ele será questionado sobre um episódio em que, supostamente, ameaçou prender o ex-presidente após sugestões de que as forças armadas se envolvessem na elaboração de um plano golpista. Outro depoente relevante é Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário do setor de tecnologia da informação, que enfrentará perguntas a respeito de sua suposta colaboração no desenvolvimento de um estudo destinado a sustentar alegações de fraudes nas urnas eletrônicas.
Além disso, a PGR também convocou Clebson Ferreira de Paula Vieira, um servidor que atuou no Ministério da Justiça sob a gestão de Anderson Torres. Ele pode fornecer informações cruciais sobre a solicitação de relatórios de inteligência que favoreceriam operações da Polícia Rodoviária Federal, com o intuito de impedir o movimento de eleitores do Nordeste durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Ainda no rol de testemunhas, está o ex-coordenador de inteligência da PRF, Adiel Pereira Alcântara, que também irá prestar esclarecimentos sobre as ações suspeitas do órgão. Curiosamente, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que foi convocado tanto como testemunha de defesa quanto de acusação do ex-ministro Anderson Torres, pode não ser obrigado a depor, já que a PGR retirou sua convocação.
A audiência está sendo acompanhada de forma virtual por Jair Bolsonaro, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelos membros da Primeira Turma do STF, que será responsável pelo julgamento deste caso que promete trazer à tona detalhes e revelações significativas sobre os eventos em questão.
Os oito réus, já identificados, compõem o que se considera o núcleo central da trama golpista e tiveram suas denúncias aceitas por unanimidade no STF no último dia 26 de março. Os implicados incluem figuras proeminentes como Walter Braga Netto, general da ativa e ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, além de outros altos oficiais e assessores que participaram diretamente dos eventos que desafiaram a democracia brasileira.