Durante sua intervenção, Assange mencionou que sua liberdade não foi alcançada devido ao funcionamento do sistema, mas sim por ter se declarado culpado de realizar atividades jornalísticas. Ele passou grande parte dos últimos 14 anos escondido na embaixada do Equador em Londres, evitando a temida prisão de Belmarsh.
A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) emitiu um relatório expressando preocupação com o tratamento dado a Assange, classificando como inibidor para os direitos humanos. O fundador do Wikileaks destacou que a liberdade de imprensa é essencial para uma sociedade livre e democrática, enfatizando que jornalistas não devem ser processados por fazerem seu trabalho.
Após sua libertação e retorno à Austrália, Assange tem se mantido discreto sobre suas provações legais e o período que passou atrás das grades. Em relação às possíveis sentenças que poderia ter enfrentado, ele enfatizou a escolha pela liberdade em vez de uma “justiça irrealizável”, citando as condições de seu acordo judicial.
Apesar de ter sido visivelmente afetado por suas experiências traumáticas, Assange demonstrou gratidão às pessoas que lutaram por sua libertação e reiterou seu compromisso com os princípios básicos do Wikileaks: transparência, justiça e jornalismo de qualidade. A controvérsia em torno do caso de Assange continua dividindo opiniões, com defensores enaltecendo sua luta pela liberdade de expressão e críticos o classificando como um “terrorista”.
O futuro de Assange permanece incerto, especialmente diante da possibilidade de perdão presidencial nos Estados Unidos. O presidente Joe Biden já o descreveu como um terrorista, mas a comutação da sentença de Chelsea Manning, colaboradora do Wikileaks, sugere um cenário em que o fundador do site possa ter esperanças de um desfecho menos severo.
No entanto, a escolha de Assange de se dirigir ao Conselho da Europa para seu primeiro pronunciamento pós-libertação despertou certa curiosidade, já que o órgão possui pouca influência direta sobre seu destino legal. A batalha pela proteção da liberdade de expressão e a busca pela verdade continuam desafiando jornalistas ao redor do mundo, e a luta de Assange serve como um lembrete da importância de preservar esse pilar fundamental das democracias modernas.