Ambos foram parceiros na Operação Lava-Jato e decidiram ingressar na política em 2022, formando juntos uma bancada contra a corrupção no início dos seus mandatos no Congresso. No entanto, a relação entre Moro e Deltan começou a se desgastar quando Deltan perdeu o seu mandato. A postura de Moro nesse momento gerou desconforto entre os aliados de Deltan, que esperavam um maior apoio do senador. Apesar de ter defendido o ex-companheiro publicamente em diversas ocasiões, Moro não compareceu aos eventos em apoio a Deltan em Curitiba, o que foi considerado insuficiente pelos seus apoiadores.
Essa tensão entre os dois se intensificou ainda mais após Deltan se posicionar contra o governo federal e Moro adotar uma postura mais moderada. A situação culminou em um momento de conflito quando Flávio Dino, ex-ministro da Justiça, foi indicado ao Supremo Tribunal Federal. Deltan cobrou publicamente que os parlamentares votassem contra a sua indicação, enquanto Moro se manteve discreto sobre o seu posicionamento, o que gerou desconfiança por parte de Deltan.
Essas divergências se agravaram com o passar do tempo, culminando em episódios de tensão e descontentamento entre os dois. A mudança de domicílio eleitoral da esposa de Moro para Curitiba também contribuiu para o distanciamento entre os ex-aliados. Enquanto Deltan cogita concorrer à prefeitura pelo Novo, há especulações de que Rosângela Moro possa também entrar na disputa eleitoral, potencialmente criando um cenário de confronto nas urnas entre figuras proeminentes da Lava-Jato.
É importante ressaltar que, segundo fontes próximas, a relação entre Moro e Deltan sempre foi estritamente profissional, sem laços de amizade fora do ambiente de trabalho. Procurados pela imprensa, ambos os envolvidos preferiram não comentar sobre o assunto, deixando dúvidas no ar sobre o desfecho dessa saga política.