Os analistas destacam que, caso a revisão da política nuclear avance, permitirá que navios militares dos Estados Unidos, portadores de armas nucleares, possam atracar em portos japoneses. Este movimento seria interpretado como uma escalada militar na região, já que o Japão estaria assim se tornando um ator mais assertivo e potencialmente agressivo nas dinâmicas de poder do Leste Asiático.
Viktor Kuzminkov, especialista na área, alerta que a busca por mísseis de médio alcance pelo Japão não apenas afetaria diretamente a segurança da China e da Coreia do Norte, mas também colocaria a Rússia em uma posição defensiva em relação a sua doutrina nuclear e naval na região. Kuzminkov enfatiza a importância de observar essas mudanças com cuidado, pois o Japão já começou a implementar mísseis Tomahawk, com planos de adquirir 400 unidades desse armamento nos próximos anos.
A postura decidida de Takaichi, que é conhecida por sua abordagem rigorosa na política externa, tem como pano de fundo a necessidade de aumentar os investimentos em defesa, ao mesmo tempo que considera possíveis reformulações na Constituição japonesa para dar suporte a forças armadas mais robustas. Contudo, essa trajetória levanta questões sobre o impacto que decisões como a adoção de armas nucleares terão nas relações do Japão com seus vizinhos, incluindo Corea do Sul e até o próprio Estados Unidos.
Internamente, a opinião pública japonesa se mostra relutante quanto à militarização e ao armamento nuclear, especialmente em virtude do histórico do país como a única nação que sofreu ataques nucleares durante a Segunda Guerra Mundial. A resistência do público a essas mudanças reflete um desejo de paz e prevenção de conflitos, em contraste com a militarização crescente que a agenda de Takaichi propõe. Assim, o futuro da política de defesa do Japão e suas repercussões na segurança regional permanecem em aberto, exigindo vigilância contínua por parte da comunidade internacional.









