O corpo humano é biologicamente programado para que os processos metabólicos e biológicos ocorram predominantemente durante o dia. Assim, quando a ingestão de alimentos ocorre tardiamente, há um atraso no metabolismo, o que pode acarretar diversas complicações, como má digestão, refluxo gastroesofágico, diabetes e ganho de peso. Todos esses problemas estão diretamente relacionados a um metabolismo prejudicado.
Especialistas afirmam que, idealmente, a última refeição deve ocorrer entre duas a quatro horas antes de dormir. Essa prática favorece a sincronização do nosso ritmo circadiano, resultando em uma digestão mais eficiente e um sono de melhor qualidade. Comer cedo, portanto, não só promove uma noite de sono mais tranquila, como também evita uma série de transtornos de saúde.
Um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona revelou que o horário da última refeição pode influenciar significativamente os riscos de desenvolver câncer de próstata e câncer de mama. As descobertas sugerem que jantar antes das 21h ou esperar pelo menos duas horas após o jantar para dormir pode reduzir o risco desses tipos de câncer em até 20%.
A pesquisa analisou os hábitos alimentares e de sono de 621 homens diagnosticados com câncer de próstata e 1205 mulheres com câncer de mama. É relevante mencionar que foram excluídos os casos de pessoas que trabalham durante à noite, uma vez que estudos anteriores já haviam indicado que este grupo possui um risco naturalmente maior de desenvolver essas doenças.
Uma análise mais detalhada, ajustada para considerar todos os fatores influenciadores do risco de câncer, demonstrou que indivíduos que jantavam antes das 21h ou pelo menos duas horas antes de dormir apresentavam um risco 26 vezes menor de desenvolver câncer de próstata e um risco 16% menor de desenvolver câncer de mama, quando comparados àqueles que comiam após as 22h ou se deitavam logo após a refeição.
Portanto, antecipar a última refeição do dia não só traz benefícios imediatos para a digestão e o sono, mas também pode ser um fator crucial na prevenção de doenças graves como o câncer. Essa simples mudança de hábito pode fazer uma diferença significativa na saúde a longo prazo.