A situação envolve a chamada autorização de “agrément”, que é uma prática comum nas relações internacionais, onde um país deve formalmente aceitar um embaixador indicado. No caso em questão, Israel mostrou-se frustrado com a falta de resposta do governo brasileiro, levando à retirada da candidatura de Dagan. O comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Israel enfatiza que, devido à ausência de um retorno por parte do Brasil, as relações serão mantidas em um “patamar inferior”.
O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência brasileira, Celso Amorim, fez uma declaração esclarecendo a posição do governo nacional, afirmando que não houve um veto deliberado contra Dagan. Segundo Amorim, a falta de resposta quanto ao agrément é uma reação ao passado de desentendimentos entre os dois países, incluindo um episódio que ele descreveu como uma “humilhação pública” do ex-embaixador brasileiro em Tel Aviv. Ele reforçou que o Brasil deseja manter um relacionamento cordial com Israel, mas ressaltou que não pode ignorar as ações do governo Netanyahu, que considera como violações graves dos direitos humanos.
Além desse conflito diplomático, o governo brasileiro também vem se posicionando contra a violência perpetrada em território palestino, especialmente na Faixa de Gaza. Recentemente, em uma nota oficial, o Brasil expressou sua “profunda indignação” em relação aos episódios de violência contra civis e reiterou seu compromisso em denunciar possíveis violações de direitos humanos. O governo também anunciou sua participação em uma ação judicial contra Israel na Organização das Nações Unidas, com a expectativa de que a atenção internacional se volte para a crítica situação dos direitos dos palestinos.
Esses desenvolvimentos refletem uma fase tensa nas relações entre Brasil e Israel, com implicações significativas para as interações futuras entre os dois países.