A recepção dos prisioneiros em Gaza foi marcada por profunda emoção e por uma mistura de alegria e tristeza. Muitos dos libertados passaram anos atrás das grades, e ao reencontrarem seus entes queridos, os sentimentos eram palpáveis. Al Jarubi, um dos palestinos presentes na recepção, expressou seu orgulho ao ver os compatriotas retornando, mesmo que isso ocorresse em meio à destruição generalizada do enclave, que se recupera dos efeitos de bombardeios constantes.
Os relatos mencionam que o clima foi de celebração, mas também de lamento. As ruas de Gaza, que testemunharam tanta dor e perda, estavam repletas de escombros, um contraste duro com a alegria do reencontro. Ali Al-Barghouti, um dos prisioneiros que cumpria pena de prisão perpétua, declarou estar feliz mesmo diante da dor vivida. Ele fez a promessa de que um dia a ocupação seria superada e que a liberdade prevaleceria.
Além da libertação dos prisioneiros, a trégua trouxe à tona outras questões humanitárias. A fronteira entre Gaza e Egito, que havia enfrentado um bloqueio prolongado, começou a ser aberta permitindo que crianças em tratamento médico crítico, como as que sofrem de câncer, pudessem receber os cuidados necessários.
O contexto da trégua é accentuado pelo recente retorno de Donald Trump à Casa Branca, o que traz à tona questões sobre o futuro apoio dos Estados Unidos a Israel. O cessar-fogo, mediado pelo Catar e Egito, busca estabelecer um período de paz, mesmo que temporário, na região que tanto anseia por estabilidade. Nos últimos tempos, o ambiente geopolítico no Oriente Médio é repleto de incertezas, mas a recente libertação dos palestinos oferece uma pequena, embora significativa, esperança em meio ao caos.