O governo israelense reiterou que a zona marítima ao largo da costa de Gaza permanece fechada a embarcações não autorizadas, um bloqueio que é considerado legal e em conformidade com as normas do direito internacional. No comunicado, a chancelaria destacou que a alegação de entrega de ajuda humanitária era, na verdade, uma manobra de relações públicas, já que o volume de socorro oferecido seria insignificante—”menos do que um único caminhão de ajuda”, conforme destacado no relatório.
Adicionalmente, o governo de Israel enfatizou que a ajuda humanitária à faixa de Gaza é regularmente facilitada por canais estabelecidos, com mais de 1.200 caminhões tendo entrado na região nas duas semanas anteriores, entregando cerca de 11 milhões de refeições a civis. Para as autoridades israelenses, a temática de segurança não pode ser ignorada, uma vez que a área continua sendo um foco de conflito e o Hamas já teria utilizado rotas marítimas para realizar ataques.
O ministério apelou a todos os envolvidos que respeitem os canais regulados de entrega de ajuda, em vez de tentativas provocativas que apenas complicariam a situação, potencializando a violência e a instabilidade na região.
Por sua vez, Thiago Ávila, um ativista brasileiro a bordo do Madleen, confirmou a interceptação do barco. A embarcação levava, além de Ávila, outros 11 ativistas, incluindo a renomada defensora do meio ambiente Greta Thunberg. O projeto, que integra a iniciativa Freedom Flotilla Coalition, visa além da entrega de ajuda, chamar atenção internacional para a grave crise humanitária em Gaza. Ávila compartilhou sua experiência em vídeos nas redes sociais, documentando a incursão militar israelense.
A crise humanitária em Gaza continua a ser uma questão premente, especialmente após o governo de Benjamin Netanyahu suspender um bloqueio que havia interrompido o fluxo de ajuda para a região em maio, numa tentativa de pressão sobre o Hamas. Essa política, no entanto, gerou um aumento significativo das críticas internacionais à administração israelense, evidenciando a complexidade da atual situação no enclave palestino.