Tanto democracias quanto ditaduras adotam a realpolitik de maneira semelhante, violando normas morais e jurídicas sem dar explicações. No entanto, nas democracias, a opinião pública tem um papel importante, pois os governantes são responsáveis perante os eleitores. Já nas ditaduras, os líderes não precisam dar satisfação a ninguém.
Essa abordagem moral da política é essencial nas democracias, pois impõe limites ao que pode ou não ser feito, além de priorizar o respeito ao direito. Atitudes condenáveis devem ser sancionadas sem hesitação, com os responsáveis sendo punidos como criminosos.
Um exemplo atual é a guerra regional liderada por Israel no Oriente Médio. O conflito não se justifica como uma resposta a ataques do Hamas, mas sim como uma incursão que desconsidera vidas civis e a infraestrutura de Gaza. A estratégia israelense, que inclui a destruição de casas, hospitais e escolas, revela um claro desejo de expandir território.
O governo israelense argumenta que grupos terroristas usam civis como escudos, justificando assim suas ações. No entanto, Israel possui recursos suficientes para atingir seus objetivos sem causar tantas vítimas inocentes. A compaixão é um fator fundamental na política, e considerar todos os palestinos como terroristas é moralmente condenável.
A postura da União Europeia e do governo português diante dessa guerra é criticada por sua omissão. Enquanto condenam a Rússia por invadir a Ucrânia, mostram-se relutantes em responder às violações israelenses e em defender a ONU. Essa falta de ação é considerada uma cumplicidade moralmente inaceitável.
Em suma, a realpolitik pode guiar a política, mas a moralidade deve ser o principal norte a ser seguido. A falta de consideração pelos valores éticos pode comprometer a integridade de um país e de seu povo.