No fim de semana, o Hezbollah usou mísseis antitanque pela primeira vez contra uma comunidade israelense na fronteira, resultando em pelo menos 18 feridos. Além disso, 15 foguetes foram disparados em direção a Israel, com quatro sendo interceptados e os demais causando danos em áreas abertas. Na segunda-feira, novos ataques ocorreram contra o Norte de Israel e as Fazendas de Shebaa, uma faixa de terra ocupada por Israel, resultando em um total de 90 mortes do lado libanês e 10 do lado israelense desde 7 de outubro.
Em resposta, drones foram utilizados para atingir alvos a quase 50 km da fronteira, e discursos inflamados deixaram no ar a possibilidade de uma invasão terrestre. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou: “O que podemos fazer em Gaza, também podemos fazer em Beirute” em uma demonstração clara de que Israel está disposto a responder à escalada das ações do Hezbollah.
Apesar das ações mais intensas, o Hezbollah ainda não fez uso amplo de seu arsenal, preferindo ações pontuais que muitas vezes não causam vítimas ou danos significativos. O líder do grupo, Hassan Nasrallah, tem feito discursos inflamados, mas até o momento não sinalizou uma mudança na estratégia militar.
A possibilidade de um conflito mais amplo preocupa os envolvidos, especialmente devido às memórias da guerra de 2006, que resultou em um grande número de mortes em ambos os lados e deixou sequelas ainda não totalmente superadas no Líbano. Além disso, a crise econômica no país torna uma nova guerra um cenário catastrófico tanto em termos humanos quanto econômicos.
O Irã, principal apoiador do Hezbollah, deixou claro que não busca um conflito com Israel neste momento, e os Estados Unidos têm enviado mensagens para tentar moderar o discurso e evitar uma escalada. O secretário de Defesa dos EUA conversou com autoridades israelenses e pediu cuidado para evitar a abertura de uma nova frente no Líbano.
Portanto, a situação na fronteira entre Israel e Líbano é delicada e exige atenção, uma vez que o cenário de guerra pode se tornar realidade a qualquer momento. As tensões entre os grupos armados e as declarações inflamadas indicam que uma crise grave pode estar se formando, o que traria consequências devastadoras para a região.