Irã se prepara para negociações sobre seu programa nuclear com potências europeias no dia 29 de novembro, visando solucionar impasses antes da posse de Trump.



No último domingo, o governo iraniano divulgou a confirmação de reuniões planejadas com representantes de três potências europeias, marcadas para o dia 29 de novembro. O objetivo principal desses encontros será discutir o programa nuclear do Irã, que se tornou um tema central nas relações internacionais na última década.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, ressaltou que participarão das conversas os vice-ministros de Relações Exteriores do Irã, França, Alemanha e Grã-Bretanha. As discussões abordarão não apenas as questões regionais que envolvem a segurança do Oriente Médio, mas também o dossiê nuclear que, desde 2015, tem sido objeto de negociações delicadas e conturbadas entre Teerã e as potências globais.

Presidido por Masoud Pezeshkian, o governo iraniano busca uma solução para os impasses que cercam o seu programa nuclear, especialmente em um contexto em que as relações com os Estados Unidos se tornam mais tensas com a iminente posse do presidente eleito, Donald Trump, programada para janeiro. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, expressou a disposição do país em negociar seu programa nuclear, desde que as discussões respeitem os interesses nacionais e não sejam realizadas sob pressão externa. Essas declarações surgem após conversas que Araghchi teve com Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O pano de fundo dessa nova rodada de negociações é complexo. O acordo inicial, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi assinado em julho de 2015 e teve como objetivo limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções internacionais. No entanto, a retirada dos Estados Unidos do pacto em maio de 2018 e a imposição de sanções unilaterais provocaram uma escalada nas tensões, levando o Irã a reavaliar e reduzir suas obrigações dentro do acordo.

A partir de abril de 2021, iniciaram-se novas negociações em Viena na tentativa de restaurar o JCPOA, mas as conversações chegaram a um impasse em março de 2022 e não foram retomadas desde então. As próximas reuniões prometem ser um passo importante na busca de um entendimento que poderia redefinir a dinâmica geopolítica na região e facilitar um caminho para a estabilidade no Oriente Médio.

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