Em sua declaração, o ministro destacou que os desacordos poderão ser resolvidos através da cooperação e diálogo, mas sublinhou que isso não deve ocorrer sob pressão ou intimidação. A possibilidade de um acordo com o Ocidente sobre o programa nuclear do Irã foi corroborada por Grossi, que pediu um envolvimento mais ativo da AIEA com o país persa para reafirmar as boas intenções das partes envolvidas nas negociações.
A situação nuclear iraniana é complexa e repleta de tensões históricas. Desde a assinatura do Plano de Ação Conjunto Abrangente (PAIC) em 2015, que estabeleceu restrições ao programa nuclear do país em troca da suspensão de sanções econômicas, o clima entre o Irã e as potências ocidentais tem se deteriorado. Em 2018, os Estados Unidos abandonaram o acordo e reintroduziram sanções, justificando que o Irã continuava desenvolvendo armamento nuclear, alegações que nunca foram confirmadas por agências internacionais.
Após a retirada dos EUA do acordo, o Irã começou a reduzir gradativamente suas obrigações, levando a um aumento das tensões na região, especialmente com Israel, que se manifesta constantemente contra o programa nuclear iraniano. Recentemente, o ministro da Defesa israelense insinuou que o Irã se tornava um alvo ainda mais vulnerable a ataques a suas instalações nucleares. Esse cenário coloca o Irã em uma posição delicada, navegando entre suas aspirações nucleares e a pressão internacional, enquanto busca se manter em conformidade com seus direitos soberanos e interesses nacionais.
Com as negociações estagnadas desde março de 2022, o futuro do programa nuclear do Irã continua incerto, mas a disposição de Teerã para dialogar, desde que em condições favoráveis, pode abrir uma nova janela para a diplomacia internacional. Esse panorama gera apreensão tanto entre as potências ocidentais quanto nos países vizinhos, pois o desfecho dessas discussões poderá ter repercussões significativas, não apenas para a segurança da região, mas também para o equilíbrio geopolítico global.