Ryabkov explicou que a iniciativa russa pretende resolver duas questões interligadas. Por um lado, o Irã deseja afirmar seu direito ao enriquecimento de urânio dentro de suas fronteiras. Por outro lado, existem nações e entidades internacionais que expressam apreensão com o acúmulo de urânio enriquecido acima dos níveis adequados para a produção de combustível nuclear.
A proposta russa, segundo Ryabkov, não apenas retiraria o urânio enriquecido do Irã, mas também processaria esse material em combustível ou o transformaria em um produto comercializável. Essa abordagem tem como objetivo garantir uma utilização pacífica do urânio, diminuindo assim o estigma e a suspeita em relação ao programa nuclear iraniano.
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, já havia reforçado anteriormente a intenção de Moscou de monitorar e possibilitar o uso do urânio enriquecido em usinas nucleares, buscando assim um equilíbrio entre os direitos soberanos do Irã e as preocupações internacionais com a segurança. A iniciativa vem em um momento em que as relações entre o Ocidente e o Irã continuam tensas, especialmente após a retirada dos Estados Unidos de um acordo nuclear em 2018.
Analistas acreditam que qualquer avanço nas discussões dependerá da disposição do Irã em ceder em algumas de suas exigências e da resposta das potências ocidentais, particularmente dos EUA, que continuam vigilantes sobre o programa nuclear iraniano. A proposta russa, se aceita, poderia ser um passo significativo em direção a uma abordagem mais colaborativa e menos conflituosa na região. Contudo, o futuro das negociações permanece incerto, à medida que as complexidades das relações internacionais continuam a desafiar soluções viáveis.