Os ataques do Irã foram uma retaliação a grupos sunitas que teriam realizado um atentado no Irã, país de maioria xiita, no início do ano. Além disso, as operações militares ocorrem em um contexto de tensão entre Israel e grupos apoiados por Teerã, como o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen, enquanto a guerra contra o Hamas em Gaza continua a se desenrolar.
O ministro da Defesa iraniano enfatizou a capacidade militar do país em suas declarações, dizendo que o Irã é uma “potência de mísseis” e que reagirá proporcional, dura e decisivamente se ameaçado.
A crise diplomática desencadeada pelos ataques foi evidente, com o Paquistão expulsando o embaixador iraniano em protesto, e o chanceler paquistanês acusando o Irã de violar sua soberania e o direito internacional.
O Irã justificou seus ataques alegando ter como alvo o Jaish al-Adl, um grupo sunita tido como terrorista pelos EUA e pelo Irã, e que opera principalmente do outro lado da fronteira com o Paquistão. No entanto, relatos de vítimas civis, incluindo crianças, levantam questões sobre as alegações do Irã.
Além disso, o Irã conduziu ataques tanto na Síria quanto no Iraque, criando atritos com ambos os países. O Iraque retirou seu embaixador em Teerã em protesto, enquanto as autoridades sírias negaram as acusações de espionagem por parte de Israel.
Analistas afirmam que o Irã está tentando equilibrar a demonstração de força com a necessidade de não se envolver em confrontos diretos com Israel e os EUA. A especialista Sanam Vakil destacou a ironia de que, ao tentar exportar seus conflitos, o Irã acabou por atrair riscos de segurança para dentro de suas próprias fronteiras.
Em meio a todas essas tensões, é evidente que a região está à beira de uma escalada ainda maior de conflitos, enquanto o Irã busca afirmar sua presença e influência na região.