Atualmente, cinco grandes grupos estão se destacando nesse cenário: Eneva, Âmbar, Grupo Cosan, Grupo Energisa e Termogás. Somados, esses grupos já aplicaram cerca de R$ 35 bilhões no setor nos últimos dez anos. A Eneva, por exemplo, é um dos protagonistas desse processo, investindo R$ 14 bilhões em exploração e produção de gás, além de geração de energia térmica. Hoje, ela se posiciona como a quarta maior produtora de gás do país, atrás apenas da Petrobras, Shell e Total.
A Âmbar, pertencente ao poderoso grupo J&F, também têm avançado consideravelmente. Com um total de R$ 19 bilhões investidos, sendo R$ 11 bilhões para expandir a capacidade de geração de energia e outros R$ 8 bilhões em gás natural, a empresa se destaca pela aquisição da Fluxus, uma pequena companhia destinada à prospecção de gás. Esses investimentos incluem campos na Bolívia e na Argentina, anunciados recentemente, o que demonstra uma estratégia de expansão regional.
A Grupo Cosan não fica atrás e já injetou R$ 10 bilhões depuis 2020, incluindo a aquisição da Comgás, responsável pelo fornecimento de gás na área metropolitana de São Paulo. A Energisa, outro grande nome do setor elétrico brasileiro que entrou no mercado de gás em 2024, investiu R$ 2,4 bilhões, notavelmente adquirindo 51% da Norgás, que opera em quatro estados do Nordeste.
Em contrapartida, o mercado brasileiro ainda enfrenta desafios estruturais. A extensão da rede de gasodutos no país é limitada, representando apenas um terço da rede existente na Argentina. Além disso, a cadeia do gás natural no Brasil é longa e considerada fragmentada, abarcando desde exploração e extração até processamento e distribuição final ao consumidor. Esta situação evidencia a necessidade de melhorias significativas na infraestrutura, a fim de atender à crescente demanda de forma eficaz.
Diante do aumento do interesse privado, o setor de gás no Brasil vislumbra um futuro promissor, mas depende de decisões estratégicas e de investimento para se consolidar em um mercado cada vez mais competitivo.