Investigações revelam corrupção nas licitações da COP30, enquanto empresa ligada a deputado mantém contrato de R$ 123 milhões com o governo do Pará.

Investigações Revelam Irregularidades em Contratos de Licitação da COP30 no Pará

Recentemente, surgiram novas evidências que ligam a empresa J.A Construcons a um esquema de corrupção relacionado à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para acontecer em 2025. A Procuradoria-Geral da República (PGR) está investigando a empresa, que faz parte de um consórcio que ganhou uma licitação de R$ 142 milhões, agora sob a lupa das autoridades.

As investigações indicam que a J.A Construcons, de propriedade de Andrea Dantas, esposa do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), continua a manter um contrato ativo com o governo do Pará, no valor de R$ 123 milhões, para a realização de obras vinculadas à COP30. Esse contrato, assinado também pelo secretário de Obras Públicas do estado, Ruy Cabral, levanta suspeitas adicionais, especialmente após a prisão do policial militar Francisco Galhardo, supostamente envolvido em saques milionários que estariam ligados ao consórcio.

Documentos e conversas reveladas durante as investigações mostram que, no dia da vitória na licitação de R$ 142 milhões, Galhardo sacou R$ 6 milhões e logo após contatou o secretário Ruy Cabral, cuja função é crucial na assinatura dos contratos da COP30. A licitação suspensa por suspeita de corrupção levanta questões sobre a legitimidade da empresa e dos processos licitatórios utilizados pelo governo do Pará.

A obra, atualmente em execução e já com 87% do escopo concluído, visa a adequação dos canais Benguí, Nova Marambaia e Rua das Rosas, em Belém. O investimento conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que declarou que todo o processo licitatório está sendo seguido adequadamente. O banco enfatizou que suas operações são acompanhadas e, na ocorrência de irregularidades, as sanções podem ser aplicadas.

A PGR considera que o consórcio, que inclui a J.A Construcons e a JAC Engenharia, reflete um possível esquema de corrupção envolvendo não só o deputado Antônio Doido, mas também outros agentes públicos, o que caracteriza uma organização criminosa preocupante. Os indícios coletados incluem não apenas conversas encontradas em dispositivos móveis, mas também evidências de crimes eleitorais e transgressões financeiras.

O governo do Pará, por sua vez, garantiu que todos os contratos foram celebrados com total conformidade às leis vigentes e afirmou que está à disposição para colaborar com quaisquer investigações. O deputado Antônio Doido também negou as acusações, atribuindo-as a um vazamento de informações individuais e reiterando que está aberto à investigação.

Esse panorama, repleto de alegações e desenvolvimentos, evidencia a urgência e a necessidade de uma análise minuciosa dos contratos públicos, especialmente em projetos de grande envergadura como a COP30, que visam não apenas a promoção de eventos internacionais, mas também o desenvolvimento urbano e ambiental da região. As repercussões desses casos podem ter um impacto significativo nas políticas de transparência e accountability na administração pública brasileira.

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