Conforme relata a Polícia Civil, os depoimentos conflitantes dos pais de Katharina estão sendo rigorosamente analisados durante a reprodução simulada. Adicionalmente, novas informações surgiram após o depoimento do irmão da vítima, de apenas cinco anos, que foi ouvido por uma equipe de conselheiros tutelares e psicólogos.
Na descrição do irmão, pouco antes da morte de Katharina, os dois estavam brincando em uma casa em construção. Durante a brincadeira, o menino sofreu um corte no pé. Segundo seu relato, o pai deu dois tapas em Katharina antes de levá-lo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para tratar o machucado. Katharina teria permanecido na residência, onde foi encontrada morta pelos pais após seu retorno.
O chefe de operações da Delegacia de Palmeira dos Índios, Diogo Martins, enfatizou a importância da reprodução simulada para entender melhor o que ocorreu. Ele explicou que o objetivo é recriar a cena com o máximo de precisão, utilizando os mesmos itens presentes no dia da tragédia.
“Nós trouxemos a cadeira e a corda que a criança utilizou, e estamos tentando reproduzir a cena com o máximo de fidelidade. Testamos várias posições para verificar se a criança tinha a estrutura e altura necessárias para amarrar a corda no teto. Em algumas posições, isso foi possível, em outras, não. Nosso objetivo é não deixar nada em aberto”, afirmou Martins.
A perícia está focada em determinar a posição mais provável em que a corda foi amarrada, enquanto se confronta cada detalhe dos depoimentos dos pais com a possível dinâmica dos acontecimentos. Martins também esclareceu que, embora o depoimento do irmão não tenha trazido novidades sobre a dinâmica do dia, ele revelou uma possível agressão do pai, algo que o pai negou em seu depoimento.
A situação entre os pais de Katharina agravou-se após a tragédia, resultando na solicitação de uma medida protetiva pela mãe e no início do processo de divórcio.
O delegado Rosival Vilar declarou que o laudo da reprodução simulada deve ser concluído em 30 dias e, conforme pronto, será anexado ao inquérito policial para dar continuidade às investigações.
A comunidade aguarda ansiosamente por respostas que possam trazer algum conforto em meio a essa terrível perda. A verdade sobre a morte de Maria Katharina Simões da Costa ainda está sendo buscada, na esperança de que o caso seja elucidado e a justiça prevaleça.