Nesta quinta-feira, 21, a corporação indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por envolvimento na trama golpista. Entre os indiciados, estão ex-ministros como Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno, além de aliados de Bolsonaro e militares de alta patente. O sigilo do relatório foi quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e os autos foram encaminhados à Procuradoria-Geral da República.
Uma conversa interceptada pela Polícia Federal revelou que o general Mário Fernandes e o coronel George Hobert Oliveira Lisboa planejaram as mensagens que iriam estampar as faixas dos protestos antidemocráticos. O documento intitulado “Faixas” continha frases como “LIBERDADE SIM, CENSURA NÃO” e “NÃO À DITADURA DO JUDICIÁRIO”, entre outras.
A presença de manifestantes em frente a instalações militares era fundamental para criar um ambiente propício para a ruptura institucional, de acordo com a PF. O grupo liderado por Bolsonaro teria disseminado uma narrativa falsa de fraude eleitoral desde 2019, com o objetivo de justificar ações antidemocráticas.
Em entrevista recente, Bolsonaro negou ter considerado a possibilidade de golpe e afirmou que sempre agiu dentro dos limites da lei. Seu advogado, Raul Livino, destacou que ainda não teve acesso ao inquérito e que considera a prisão do general Mário Fernandes injustificada.
Diante dessas revelações, o Brasil se vê diante de um grave conflito político, com desdobramentos imprevisíveis. As instituições democráticas estão sendo testadas e a sociedade aguarda por justiça e responsabilização dos envolvidos nesse esquema golpista. O futuro do país está em jogo e a democracia brasileira enfrenta um de seus maiores desafios desde a redemocratização.