Gerson era conhecido por seu sonho inusitado: domar leões na África. Verônica Oliveira, uma conselheira tutelar que acompanhou a vida do jovem por oito anos, relatou que ele não apenas expressava esse desejo frequentemente, mas também tentava realizá-lo de maneiras perigosas. Um episódio marcante foi sua invasão da pista de pouso do Aeroporto Castro Pinto, em que cortou a cerca de proteção e acessou áreas restritas, demonstrando sua determinação em seguir um caminho que culminava em uma tragédia.
Desde sua infância, Gerson lidou com adversidades significativas. Verônica o conheceu quando ele foi encontrado vagando sozinho em uma estrada, após ser levado à sua atenção pela Polícia Rodoviária Federal. Desde então, ele passou a ser parte da rede de proteção à infância, mas, infelizmente, suas dificuldades aumentado. Filho de uma mãe com esquizofrenia e em um ambiente marcado por problemas de saúde mental, Gerson cresceu em condições de extrema pobreza. Ao longo dos anos, ele ofereceu um retrato de uma vida sem apoio familiar, sendo o único entre seus irmãos a não encontrar uma família adotiva devido a questões referentes a possíveis transtornos mentais.
As tentativas de integração de Gerson na sociedade foram complicadas. Apesar de sua destituição do lar, nunca deixou de buscar a presença da mãe, alimentando esperanças de um reencontro que se mostrava cada vez mais distante. Essa complexa situação emocional foi evidenciada em suas ações impulsivas, que culminaram na invasão da jaula da leoa, onde ele, atraído por seu sonho, acabou perdendo a vida.
A adminstracao do Parque Arruda Câmara, em nota, garantiu que todas as normas de segurança estavam sendo seguidas e que já se iniciaram investigações sobre o ocorrido. O zoológico foi fechado para a realização de exames e procedimentos necessários, enquanto a comunidade refletia sobre a vida de Gerson e os desafios que muitos jovens, como ele, enfrentam em busca de sonhos que, muitas vezes, se revelam inatingíveis.









