Inundações catastróficas na Líbia deixam milhares de mortos e evidenciam a combinação de mudança climática, conflito político e crise econômica.


Pelo menos 5.300 pessoas foram mortas e outras 10 mil estão desaparecidas após as inundações catastróficas na cidade costeira de Derna, na Líbia. A tragédia revela como a combinação de mudança climática, conflito político e crise econômica amplifica a escala de um desastre. Imagens de satélite mostram a destruição causada pelas enchentes, que foram resultado de fortes chuvas na região.

O país foi atingido por um sistema de baixa pressão que provocou inundações na Grécia, Turquia e Bulgária. A tempestade Daniel se deslocou para o Mediterrâneo e se transformou em um ciclone tropical conhecido como Medicane. As chuvas intensas resultaram no rompimento de duas represas em Derna, destruindo grande parte da cidade e levando a uma perda significativa de vidas.

Segundo Ahmed al-Mismari, porta-voz do Exército Nacional Líbio (ELN), os bairros inteiros de Derna foram varridos para o mar. O prefeito do município de Tocra alertou que uma terceira represa está no limite da capacidade e pode romper a qualquer momento. A situação é grave e requer manutenção urgente para evitar mais desastres.

Estima-se que 5.200 mortes tenham ocorrido apenas em Derna, enquanto cerca de 6 mil pessoas ainda estão desaparecidas na cidade. A região também conta com 20 mil pessoas desalojadas. O leito de rio seco que corta a cidade se transformou em uma torrente violenta, derrubando pontes importantes e levando à destruição de edifícios e casas inteiras.

Em resposta à catástrofe, foi declarado toque de recolher em Benghazi e as escolas foram fechadas. O governo interino enviou remessas de suprimentos, incluindo sacos para cadáveres e equipamentos médicos, para ajudar as vítimas. No entanto, críticos afirmam que as autoridades líbias falharam em monitorar as represas, alertar os moradores e realizar evacuações.

A situação na Líbia é agravada pelo conflito político e pela crise econômica no país. A guerra civil fragmentou o país e atraiu diversos atores internacionais, incluindo os EUA. A Líbia atualmente tem dois governos, um internacionalmente reconhecido em Trípoli e outro no leste do país, administrado pelo Exército Nacional Líbio (ELN) e seu comandante, marechal Khalifa Haftar.

A administração dupla torna os esforços de resgate e ajuda mais complexos. Além disso, a infraestrutura do país, mesmo com grandes reservas de petróleo e gás, foi negligenciada devido à instabilidade política dos últimos anos.

A tragédia na Líbia é um exemplo preocupante de como a mudança climática, conflitos políticos e crises econômicas podem potencializar desastres naturais. É urgente que medidas sejam tomadas para enfrentar esses desafios e evitar o aumento da perda de vidas e da destruição.

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