Durante uma reunião em Kazan, na Rússia, os países membros do Brics definiram os critérios para novas adesões, e a Venezuela não foi incluída. Em contrapartida, Cuba e Bolívia foram escolhidas como nações latino-americanas que poderiam participar como membros associados, juntamente com outros países como Nigéria, Turquia, Malásia e Indonésia. Esse movimento reflete o distanciamento diplomático entre Brasil e Venezuela desde a reeleição de Nicolás Maduro em julho deste ano, que foi contestada por vários países, incluindo o Brasil, devido à falta de transparência nos dados eleitorais.
Embora Maduro tenha expressado interesse em ingressar no Brics e tenha participado da última cúpula na Rússia, o presidente brasileiro, Vladmir Putin, respeitou a posição do Brasil em relação à questão eleitoral na Venezuela, mesmo sem concordar. Segundo o Itamaraty, a decisão de não incluir a Venezuela no Brics não se deve a motivos políticos, mas sim à criação de critérios claros e princípios que orientam a escolha dos novos membros.
A coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, Maria Elena Rodríguez, destacou a importância da coerência na escolha dos novos membros, levando em consideração as relações diplomáticas entre os países. Segundo ela, a falta de relação amigável entre Brasil e Venezuela e a recente expulsão dos embaixadores do Brasil e Nicarágua são fatores determinantes na decisão de vetar a entrada da Venezuela no Brics.