Isabel Leoni, triatleta e maratonista, compartilhou sua experiência na mesma trilha, relatando as dificuldades que enfrentou em sua jornada em 2015. Isabel ressaltou que a trilha exige não apenas resistência física, mas também um bom preparo técnico e mental. Ela recorda que, na época, subestimou a dificuldade do trajeto e não estava devidamente equipada para enfrentar o frio intenso e a escassez de água e alimentos fornecidos pelos guias locais. “Se hoje eu fosse para lá, definitivamente levaria mais água e alimentos”, afirmou.
O Mount Rinjani, que se eleva a 3.726 metros de altura, é um vulcão sagrado para a população local e abriga um lago conhecido como Segara Anak, que reflete a cultura rica e as crenças das comunidades Sasak e balinesas. Contudo, a beleza estonteante do local não deve desviar a atenção dos desafios que sua trilha impõe. Isabel destacou que muitos turistas, ansiosos para compartilhar suas experiências nas redes sociais, muitas vezes não se prepararam adequadamente para os rigores da caminhada.
Silvio Neto, presidente da Associação Brasileira de Guias e Montanhas, também expressou preocupação com a alta incidência de pessoas despreparadas que se aventuram em trilhas sem as informações necessárias. Ele alertou que a falta de conhecimento sobre o que levar, como se vestir e a necessidade de hidratação são fatores comuns entre os turistas. “Muitos estão mais preocupados em tirar fotos do que em realmente vivenciar a experiência”, acrescentou.
Esse panorama ressalta a importância de conscientização e preparo adequado antes de se aventurar em trilhas desafiadoras, especialmente em locais com tantas belezas naturais, mas que também apresentam riscos significativos. A reflexão sobre a interação com a natureza deve ser priorizada em detrimento da busca pela autopromoção nas redes sociais.