O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou uma possível motivação por trás da tentativa de golpe na Bolívia, ocorrida na última quarta-feira (26). Em entrevista à Rádio Itatiaia, Lula declarou que o interesse internacional nas reservas de lítio, gás e outros minérios críticos presentes no país andino poderia estar por trás da tentativa de desestabilização.
A Bolívia é conhecida por possuir a maior reserva de lítio do mundo, o que a torna alvo de interesses estrangeiros, principalmente no contexto da transição energética e do crescimento do mercado de carros elétricos. O mineral, apelidado de “ouro branco” ou “petróleo do século 21”, é essencial na fabricação de baterias e tem se tornado cada vez mais estratégico.
Lula confirmou sua visita à Bolívia no dia 9 de julho, onde pretende encontrar-se com o presidente Luis Arce em Santa Cruz de la Sierra, além de se reunir com empresários locais. O ex-presidente destacou a importância de fortalecer a democracia na Bolívia para que o país possa manter sua governança e, potencialmente, ingressar no Mercosul.
A tentativa de golpe na Bolívia foi liderada por um grupo de soldados do Exército, comandados pelo general Juan José Zúñiga, que chegaram a entrar no palácio presidencial após arrombarem uma porta. No entanto, a rápida ação do presidente Arce, que nomeou novos comandantes para as Forças Armadas, resultou na retirada dos militares do local e na prisão do general Zúñiga e de outros soldados.
Diante desse cenário tenso, Lula reforçou seu compromisso em apoiar a estabilidade democrática na Bolívia e em mostrar seu apoio ao presidente Arce durante sua visita oficial, logo após a participação na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul em Assunção, no Paraguai. A questão das reservas minerais críticas na Bolívia permanece como um ponto sensível e estratégico, que pode impactar não apenas o país, mas toda a região da América Latina.