O carnavalesco Sidnei França, responsável pelo enredo da Mangueira, destaca a importância de recuperar a história de personagens inspiradores calados pelo tempo e de valorizar os saberes e práticas da população negra. Outras escolas, como Salgueiro, Viradouro, Portela, Tuiuti e Unidos da Tijuca, também optaram por enredos que ressaltam a afrodescendência e figuras importantes da cultura negra.
A predominância desses temas no carnaval carioca é celebrada por Ivanir dos Santos, babalawô e professor de história comparada da UFRJ. Ele destaca a importância de trazer histórias de resistência cultural, social e espiritual das comunidades afrodescendentes para os desfiles das escolas de samba. Ivanir ressalta que o carnaval carioca tem grande visibilidade nacional e internacional, o que torna os enredos ligados à afrodescendência ainda mais relevantes, especialmente em um momento em que Portugal reconhece a escravidão como um crime que exige reparação.
Além das escolas que abordarão temas afro, Beija-Flor homenageará Laíla, Grande Rio terá como enredo o Pará, e Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos de Padre Miguel e Unidos de Vila Isabel ainda não divulgaram seus enredos para 2025. Com a diversidade de enredos e a relevância dos temas escolhidos, o carnaval do Rio de Janeiro promete ser uma celebração da cultura afrobrasileira e um momento de reflexão sobre a importância da negritude na construção da identidade brasileira.