Na agenda, os senadores já se reuniram com membros da Embaixada do Brasil e com lideranças do setor empresarial. Nesta terça-feira, 29 de agosto, estão programados encontros com seis congressistas de diferentes partidos, incluindo tanto republicanos quanto democratas. Embora os nomes dos parlamentares que participarão das reuniões não tenham sido divulgados, a expectativa é que o diálogo aberto possibilite um entendimento sobre as tarifas, que começam a ser aplicadas em 1º de agosto.
Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e líder da missão, enfatiza a necessidade de “distensionar” as relações com os Estados Unidos. Em declarações após a reunião com executivos da U.S. Chamber of Commerce, Trad expressou que criar um ambiente favorável é crucial para que o governo federal possa efetivamente negociar. Essa é uma estratégia que visa não apenas contornar a crise tarifária, mas também fortalecer laços diplomáticos que perduram há mais de dois séculos entre os dois países.
O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, também presente na missão, assegurou que o governo está engajado em conversas institucionais e destacou a importância de abordar o problema de maneira reservada. Jaques Wagner, líder do governo no Senado, reiterou a busca por soluções que defendam a economia brasileira e preservem a história de cooperação entre Brasil e Estados Unidos.
Além de Trad, a missão inclui outros senadores, como Tereza Cristina, Astronauta Marcos Pontes, Rogério Carvalho, Carlos Viana, Fernando Farias e Esperidião Amin. A agenda da comitiva vai até a quarta-feira, 30, quando deverão se encontrar com representantes da Americas Society/Council of the Americas, uma organização que promove a integração entre as Américas.
A decisão de Trump em aumentar as tarifas sobre produtos brasileiros foi motivada por alegações de relações comerciais “injustas”. Apesar do Brasil ter um histórico de déficit comercial com os EUA, as justificativas do presidente americano também incluem críticas a plataformas digitais e questões internas do Brasil, como a investigação sobre o sistema de pagamentos conhecido como Pix. A situação delicada exige habilidade diplomática e estratégias assertivas para restaurar um diálogo produtivo entre os dois países.
