O relatório destaca que Israel fez declarações públicas sem fornecer evidências concretas de que um número significativo de funcionários da UNRWA seja composto por membros de organizações terroristas. Além disso, o documento ressalta que a UNRWA possui mecanismos mais eficazes do que outras agências da ONU para garantir a neutralidade política. No entanto, foram identificados riscos para essa neutralidade, principalmente em relação a materiais educativos utilizados nas escolas da agência e manifestações políticas de funcionários nas redes sociais.
Foram feitas 50 recomendações para aprimorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram aceitas pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, e por António Guterres. O relatório destacou que a agência estabeleceu diversos mecanismos e procedimentos para garantir o cumprimento dos princípios humanitários, mas também apontou problemas que podem afetar a neutralidade política da UNRWA, como casos de expressão de opiniões políticas pelos funcionários e conteúdos problemáticos em livros didáticos usados nas escolas.
Em relação à suspensão de financiamento por parte de 16 países após acusações de Israel de ligação de funcionários da UNRWA com ataques terroristas, o relatório mencionou que alguns países retomaram os repasses, incluindo Canadá e Suécia. O documento considera a UNRWA fundamental para prestar auxílio humanitário aos refugiados palestinos, contando com 30 mil funcionários e atendendo cerca de 5,9 milhões de pessoas em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria.
Diante das recomendações apontadas no relatório, Philippe Lazzarini se comprometeu a desenvolver um plano de ação para atender às demandas. Ele afirmou que a agência está firmemente comprometida em aplicar os valores e princípios humanitários da ONU e que as recomendações irão reforçar os esforços da UNRWA durante um dos momentos mais difíceis da história do povo palestino.