INTERNACIONAL – Relatório da Unesco aponta crescimento da violência contra jornalistas na cobertura de processos eleitorais em todo o mundo

A violência contra jornalistas que atuam na cobertura de processos eleitorais tem se tornado um fenômeno global nos últimos três anos, atingindo dezenas de países. Essa é a conclusão de um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura (Unesco) no Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

De acordo com a Unesco, entre 2019 e 2022 foram registrados 759 ataques contra jornalistas durante 89 eleições em 70 países. Esses ataques incluem agressões físicas, assassinatos, ataques digitais, prisões arbitrárias e a obstrução do trabalho dos profissionais de mídia, que muitas vezes enfrentam ameaças e têm seus equipamentos destruídos.

O chefe da seção de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas da Unesco, Guilherme Canela, afirma que essa violência não está restrita a uma única região ou país, mas ocorre em diversos processos eleitorais ao redor do mundo. Ele ressalta que os ataques digitais, em particular, têm como alvo mulheres jornalistas.

Um dado preocupante é que 42% dos ataques foram cometidos por agentes da lei, e 29% das vítimas eram mulheres. Essa violência crescente contra jornalistas se torna ainda mais preocupante quando se considera que o ano de 2024 será marcado por eleições em 81 países, o que está sendo chamado de “superano eleitoral”.

Diante desse cenário, a Unesco destaca a importância de combater a impunidade e garantir a segurança dos jornalistas durante os processos eleitorais. A organização ressalta a necessidade de estabelecer um relacionamento profissional entre agentes da lei e meios de comunicação, facilitar o acesso e o trabalho dos jornalistas, garantir um ambiente de trabalho seguro e promover o treinamento dos agentes de segurança.

O relatório da Unesco também traz uma série de recomendações para equilibrar a liberdade de imprensa em contextos de manutenção da ordem pública. Entre as medidas propostas estão o estabelecimento de um relacionamento profissional entre agentes da lei e meios de comunicação, a garantia de segurança e o treinamento adequado dos agentes de segurança.

A Unesco alerta para a necessidade de um esforço genuíno para que a cobertura dos processos eleitorais em 2024 seja pacífica e permita que os jornalistas exerçam seu trabalho com profissionalismo e independência. O objetivo é que o “superano eleitoral” seja marcado pela liberdade de imprensa e pelo respeito aos direitos dos jornalistas.

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