A manifestação em favor da reeleição de Nicolás Maduro aconteceu em Caracas, diante do Palacio Miraflores, e foi batizada de Grande Marcha Nacional pela Defesa da Paz. Este nome remete à narrativa do atual presidente de que a oposição adota a violência como estratégia e estaria planejando ataques nas ruas. Em suas redes sociais, Maduro celebrou o evento destacando o simbolismo da bandeira nacional. “Hoje, brilhou a bandeira nacional com suas oito estrelas por todo o país, o estandarte que levou a liberdade pela América do Sul. Viva o Tricolor Nacional!”, escreveu o presidente.
Maduro, até o momento, não mencionou diretamente os protestos de seus opositores, que o acusam de ter sido reeleito de forma fraudulenta. Entretanto, nas redes sociais, Edmundo González, principal candidato de oposição, reiterou que se considera o legítimo vencedor das eleições. Ele afirmou que os protestos contra Maduro são uma forma do povo exigir o reconhecimento desse resultado. “Os venezuelanos expressaram claramente a vontade deles em 28 de julho com o nosso triunfo eleitoral. Hoje, a Venezuela unida saiu, sem medo, em paz e em família, a exigir que se respeite sua decisão nas urnas. Conseguiremos que a sua decisão seja respeitada e iniciaremos a reinstitucionalização da Venezuela”, declarou González.
María Corina Machado, também líder de oposição, acusou o governo de repressão violenta contra aqueles que contestam os resultados eleitorais. Ela argumentou que os protestos são uma resposta à brutalidade do governo. “Depois de seis dias de repressão brutal, acreditaram que iam nos calar, parar ou atemorizar. Vejam a resposta. Hoje, a presença de cada cidadão nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude da força cívica que temos e a determinação de chegar até o final”, escreveu Machado em suas redes sociais.
De acordo com a organização Human Rights Watch, os protestos desde a eleição resultaram na morte de pelo menos 20 pessoas. O governo venezuelano informou que cerca de 1,2 mil pessoas foram presas em conexão com as manifestações. Este cenário de tensão e conflito continua a marcar o quadro político da Venezuela, gerando incertezas quanto ao futuro do país.